



frondosa
No coração do museu, nasce a memória. Cresce a raiz caiçara, de mãos que tecem histórias, de pés que caminham pela areia, do olhar firme dos que vieram antes e dos que, hoje, fazem da tradição um sopro vivo. Frondosa vai além de uma exposição; é uma árvore que abraça o tempo, uma rede de pesca que entrelaça passado e presente.
Aqui, entre fotos que contam e encantam, estende-se uma corrente – laço firme, fio da continuidade. Redes tecidas de vidas que agregam e se ressignificam de geração em geração sustentam e transformam o que é ser caiçara. Essa corrente, feita de mãos cuidadosas, nos lembra que a união faz a força, que cada ponto é uma história, um legado.
Mulheres e homens, jovens e anciãos, todos têm seu lugar na Frondosa. Os antigos, como a árvore de raízes profundas, e os novos, como mudas que se erguem, renovando a floresta. A projeção da árvore é o reflexo dessa perpetuação, e a areia que cobre o chão, colhida na praia e inserida na terra, nos mostra que o tempo sempre retorna, trazendo com ele histórias que ainda temos para contar.
Em meio à poesia das imagens fotográficas de Bianca Canada, convidamos a todos a adentrar esse universo onde o passado se torna presente, onde o hoje já guarda o amanhã.
Frondosa é a representação da vida junto ao mar. É a união de todas as partes que se encontram e se fortalecem. É o abraço da cultura caiçara, que vive e cresce no oceano com o vento. A destreza sensível das mãos que tecem redes nos apresenta, de forma singela, as vidas por elas entrelaçadas.
Claudia Lopes - curadora